quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

MÃES NEURÓTICAS.





Antes der me tornar mãe, costumava criticar quem por qualquer coisinha, corria com os filhos para o hospital. Mães que ficavam dias em casa porque o nenê não podia sair no sereno, que as 6h00 já estava no P.S. esperando o pediatra atender.
Caramba! Eu pensava,  mas a criança não pode nem espirrar que a  neurótica já sai correndo como uma louca desvairada.

Tive vontade de falar  pra muita gente que eu achava tudo aquilo um exagero, mas me contive e não disse nada. 

Mesmo já grávida, ainda tinha a mesma linha de raciocínio e dizia para mim mesma:  Quando a  minha filha nascer, vou ser diferente, ah faça-me o favor!

Então, no dia  17 de março de 2012, Isabeli nasceu. Quando a segurei pela primeira vez em meus braços, vi que aquela era minha filha, minha princesinha, pequena criatura indefesa que dependia de mim para tudo. Uma menininha por quem eu era responsável por tudo de bom e de ruim que viesse a acontecer com ela.

No segundo dia, ainda na maternidade ela precisou ficar 12 horas em um berço com um aparelho tomando banho de luz,  a enfermeira alertou:
 Mãe é simples mas, ela vai precisar ficar só de fralda e com  óculos protetor para os olhos. Vai chorar porque no inicio sentirá frio, mas daqui a pouco a luz a aquecerá . Só que em hipótese alguma a Sra tire ela do bercinho, ok?
Ok. Nada demais só um banho de luz.
Acontece que  quando tiramos a roupinha e cobrimos os olhinhos ela não chorou, ela esgoelou. E eu lá doida para pegá-la no colo, aquecê-la, dar o peito e arrancar aqueles óculos.
Meu marido  tentando me acalmar e eu lá angustiada, segurando aquela mãozinha pequenina, e foi aí que ela veio, sim rolou uma lágrima idiota.

Finalmente depois de alguns minutos ela parou de chorar e dormiu.

No terceiro e último dia, já recuperada do trauma do banho de luz,  deixei Isa  dormir no berçário da maternidade , eu precisava descansar um pouco.
No quarto tinha uma tv onde podíamos ver o bebê em tempo real. Lembro que tomei um chá com meu marido e fui me preparar para dormir, mas antes resolvi ligar a tal tv para dar uma olhadinha nela. Aí esbravejei  virando para meu marido:
-Olha que absurdo, o cobertor está sufocando a menina!
-Calma, Má! Não está sufocando só está um poquinho no queixo dela.Quer que eu vá até lá?
-Não precisa.Vou ligar lá, falar com a enfermeira senão não vou dormir.

Telefonei pra moça pedindo para descobrir o rosto da bebê, no que fui prontamente atendida. (Ai dela se não atendesse o pedido de uma leoa que estava longe do filhote).

A partir daquele momento, e até hoje, eu parei de pensar mal das mães superpreocupadas e entendi que nada é exagero quando se trata  dos nossos pequenos, principalmente no que diz respeito à saúde.

Dia desses liguei para uma amiga que também é mãe:
 - Oi.
 -Oi, que voz é essa? Que foi agora?
 - Ela está com febre de novo!
 - Puxa amiga, não  pode vacilar, corre para o PS pra ver o que que é.Depois me dê notícias.
 -Já estou no P.S desde as 6h00.

Sim eu me tornei uma delas!







2 comentários:

Porque para compreender as mães é preciso ter filhos.