sexta-feira, 1 de março de 2013

A Gestação: Início - Meio e Fim




A Gestação: Início - Meio e Fim



Foi em fevereiro de 2011 que decidi que já estava na hora de mudar a minha vida, criar um fato novo. Já estava com casa, trabalho, meu marido estava num emprego muito bom, que lhe garantia a segurança financeira que precisávamos para ter um filho, além de um ótimo plano de saúde (é claro). rs
Então, parei de tomar o meu anticoncepcional que já tomava a uns 15 anos e vamos as tentativas... A princípio, meu ciclo endoidou, o que era certo, 27 dias, acabou por virar 21, 15 e até 8! Estava quase maluca por não saber mais quando estaria realmente no período fértil... Resolvi então buscar na internet soluções para o problema, ou alguma ajuda sobre "como engravidar", confesso que achei uma loucura, pois o que mais acontecia ao meu redor eram "gravidez indesejada", então é impossivel que pra mim que desejava tanto, não acontecesse.
Nas minhas buscas pela internet encontrei um site, onde um grupo de mulheres conversavam e trocavam experiências sobre as suas tentativas de engravidar, e por incrível que pareça, muitas estavam tentando a meses e nada, achei aquilo muito louco, a princípio. No site, nos intitulávamos como "treinantes", achei aquilo o máximo. rs Foi então ali que comecei a me identificar com muitas meninas que até então, eram apenas mais algumas neuróticas que queriam tanto engravidar que se esqueciam de viver... rs Depois de março, já estava achando que eu tinha algum problema, por não ter conseguido, tanta gente me dizia que engravidou no primeiro mês, inclusive duas amigas que trabalhavam comigo e que estavam grávidas.
Foi então que em maio, no finalzinho, minha menstruação atrasou 2 dias, e como eu era reguladíssima, fui logo na farmácia e comprei um teste de gravidez e fui no banheiro da empresa, sozinha e fiz o teste. Quase morri de angústia por não dividir com ninguém aquele momento, mas queria que fosse assim... E lá estavam as duas marquinhas tão sonhadas. Não pensei duas vezes, bati uma foto com o celular e postei no site, avisando minhas amigas "treinantes" que havia chegado o meu positivo. Foi tanta emoção que eu não conseguia nem digitar e respondener as mensagens delas... No horário do almoço, corri para um laboratório para fazer o BETA e ver de quanto tempo estava... Lembro quando peguei o resultado do exame, estava 3 semanas, nem acreditava. Saindo do serviço fui na loja do time de futebol que eu e meu marido torciamos e comprei um tip top lindo para deixar junto com o exame positivo nas coisas do "papai". Cheguei em casa, arrumei tudo para que ele achasse, e assim que ele chegou em casa e viu foi logo falando: "sério?". E nem esperou nada, foi contando pra todo mundo, pegou o telefone espalhou a novidade. A essa altura quase todos os amigos e famíliares já sabiam. 
Mas, 2 dias depois, fui ao banheiro e vi um sangramento, me desesperei, liguei pro meu marido e fomos direto pro PS da maternidade, e lá fizeram o US que ainda não dava pra ver nada e o exame de toque. O médico me disse que ou era o sangramento da implantação do embrião ou um aborto espontâneo. E aquela palavra "aborto" não saia da minha cabeça. E não era pra menos... Na noite seguinte acordei com cólicas e fui ao banheiro e saiu muito sangue e "pedaços" grandes coagulados e foi então que tive certeza de que tinha  perdido o meu bebê. Chorei como se já o conhecesse... 
A dor de ter que contar a todos que havia perdido o bebê foi uma coisa que jamais senti na minha vida, e que não desejo pra ninguém ter que passar por isso. Mesmo sabendo que nem era um feto, eu já o sentia ali e ele foi tão esperado...
Tentando levar a vida em diante, continuei na minha rotina, fiquei 27 dias sangrando e não precisei fazer curetagem, por que o meu organismo eliminou tudo... Meu médico disse que poderia seguir a vida normalmente. No meu trabalho as coisas com meu chefe não andavam bem, e me estressava horrores com tudo aquilo, mas não me deixei abalar... No dia 18 de julho, exatamente 9 dias antes do meu aniversário de 30 anos, fui demitida, estava a 4 anos na empresa e não entendi nada. Foi um novo choque, não sabia o que fazer, parecia que o mundo estava desabando na minha cabeça. Chorei mais uma vez, por perder meus companheiros de trabalho, minhas amigas que também ficaram sem saber o que me falar... 
Na semana seguinte fiz tudo que tinha pra fazer a respeito da demissão e então, fui no sindicato dar entrada na minha rescisão. E lá, no banco do sindicato me deu um estalo, "estou atrasada de novo". Mas não acava possível ter engravidado aquele mês, passei 27 dias sangrando! Mesmo assim, perguntei pro moço do sindicato o que seria feito se eu estivesse grávida, dai ele me deu um cartão e disse pra ligar pra ele quando fizesse um exame.
Mas, desta vez eu esperei atrasar 7 dias, e fiz um teste de farmácia, e lá estavam as 2 marquinhas... Eu fiquei tão sem reação que achei que estava pirando, chamei meu marido pra ver e ele me disse: "tú tá grávida!" Não pensei duas vezes, marquei meu Ginecologista e fui correndo fazer o BETA, quando peguei o resultado, tive até medo de olhar... E lá estava, quase 5 semanas. Queria chorar, rir, gritar, tudo ao mesmo tempo. E parece coisa de Deus mesmo: "Há males que vem para o bem". Pra simplificar, a empresa não quis pagar a multa de demissão e me recontratou, só que eu escolhi onde e com quem iria trabalhar, e tudo começou a acontecer muito rápido.
Fiquei neurótica, claro, depois do aborto, qualquer coisinha que eu sentia ligava para o médico. No primeiro  ultrassom, quase tive um treco, queria escutar o coraçãozinho para que me desse certeza de que meu bebê estava ali. E foi o momento mais lindo...
Os meses foram passando e a minha neurose aumentando... rs Era tanta coisa pra pensar, tantos exames para constatar que estava tudo bem. E foi uma gravidez cheia de "sintomas": eu enjoei até o final, todos os dias, tive Hemorroidas no 6 mês em diante, tive Diabete Gestacional, muita enxaqueca, infecção urinária, anemia e com 7 meses levei um tombo de bunda na escada da minha empresa. Nem preciso dizer que liguei pro meu GO e fiz o médico me fazer um US de emergência pra saber se estava tudo bem. 
Com 8 meses entrei na licença maternidade, e Anielle nasceu 2 semanas depois, no dia 27/03/2012. Antecipou duas semanas do prazo, por que parece que a minha princesa sabia o que tinha por vir...
Nem preciso falar que no dia que ela nasceu eu fiquei dali em diante 48 horas acordada. Não queria perde-la de vista. rs 
Depois que voltei pra casa, parecia que era mentira, que ela estava alí, linda, perfeita e completamente dependente de mim. Na segunda semana depois do parto, tive febre de 40°, meu seios latejavam e eu tremia ao dar de mamar pra Anielle, nunca me senti tão ruim na minha vida... Parecia que eu ia morrer. Fomos ao médico e ele disse que era por causa do seio que estava muito cheio, mas quanto mais eu esvaziava, mas leite vinha... 
Nesse meio tempo entre ir para o hospital e cuidar da minha filha, fiquei sabendo que minha avó, a qual eu morava junto antes de me casar, estava internada no hospital, e o estado dela era grave. Foi um choque, ninguém queria me contar por causa do pós-parto e eu ali, sem saber de nada. No dia seguinte deixei a minha filha com dor no coração, para ver a minha vó no hospital, e a primeira coisa que ela me perguntou quando cheguei foi: "cade a menininha?"... Infelizmente, Anielle não tinha nem um mês e não pode entrar no hospital, e minha vozinha faleceu 1 dia depois.
Com poucos dias de vida, Anielle estava em um velório e eu, com 17 quilos a menos, com cara de zumbi e juntando todas as minhas forças, para continuar ali, firme pela minha filha que acabara de nascer.
O ano acabou, e tudo foi passando muito rápido. Decidi sair do meu emprego para ficar com a minha filha, e hoje, ela está a 26 dias de completar um ano, e parece que foi ontem que eu a peguei no colo pela primeira vez e tive certeza, de que a minha vida mudaria para sempre...

2 comentários:

  1. Que história neh Ana? Assim como eu vc é uma vencedora, e sua vózinha foi feliz em saber q a neta dela estava realizada pode ter certeza!

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  2. Nossa Ana que historia hein amiga???E quanto aprendizadoooooo...Só que voce esqueceu de algo, você disse que não dormiu 48 horas depois que a Anielle nasceu, mas eu acho que voce não dormiu foi mais kkkkkkk

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Porque para compreender as mães é preciso ter filhos.