sábado, 30 de março de 2013

Meu pequeno bebê e sua cirurgia.


O maridão estava no meio de troca de fraldas, e me chamou dizendo que tinha encontrado uma "bolinha" na região inguinal de Matheus.
Pensei: "que ele esteja louco, cego, pirado, mas não certo."
E lá estava a megera da bolinha, saltitando feito uma condenada. 
Não pensei duas vezes, liguei para a esposa do pediatra do Matheus, que, por sorte, ironia do destino,o que vocês queriam chamar, é uma grande amiga minha. E ela não pensou duas vezes: traga Matheus para ele examinar. 
Enquanto pegávamos a rodovia, ficava pensando em quanto eu era uma pessoa de sorte. Em que lugar do universo, o pediatra do seu filho iria examina-lo a noite em sua residência. E eu agradecia a Deus, pois não seria a primeira vez que isso aconteceria.
Chegamos lá e o Dr Américo examinou e disse logo: é uma hérnia e só operando.
Pois é, meu marido não estava louco, nem pirado, ele estava certo.
Tinha hernia no meu bebê que nem tinha completado os seus 2 meses e teria que passar por cirurgia.
E começou um tormento em nossas vidas. Corrida para consultar com o cirurgião pediátrico (particular). Acelerar os exames para a cirurgia pois não poderíamos nos dar ao luxo de esperar, pois corria o risco de estrangular e infeccionar (quando eu pensava nisso, meu mundinho recém construindo nesses 2 meses parecia sucumbir). Exames feitos, pagos, e cirurgia marcada. Lá vamos nós.
E enquanto isso, a hérnia do Matheus crescia assustadoramente, de uma bolinha passou a descer para o testículo e toda vez que ele se espremia e chorava, ela crescia cada vez mais.
Lembra do post do bebê chorão?O cirurgia pediátrico disse que um dos motivos do bebê RN ter essa hernia é de tanta força para chorar. Foi o ônus do Matheus.
Eu queria muito que ele fosse logo operado. Mas, ao mesmo tempo, um medo tomava conta de mim: se não dou conta de um RN, imagina um RN operado?. Deus nos ajude.
E nos ajudou. Matheus finalmente foi operado, a hérnia era enorme segundo o cirurgião e doía muuuuito, ele só não disse antes para não nos deixar mais aflitos. A noite já estávamos em casa.
Uma coisa que me deixou muito triste, foi que durante quase 1 mes de opera, não opera, Matheus chorava cada vez mais, mamava desastrosamente e não ganhou quase nada de peso. Fiquei muito deprimida quando a enfermeira o pesou antes da cirurgia. Não engordou nem 200gr no mês.
Matheus se comportou muito bem no pós operatório, levou dois micros pontinhos, fazia de tudo para ele não chorar, começou a tomar complemento o que garantiu a sua pancinha cheia, com 8 dias estava sem os pontos (ele chorou muito na hora de tirar, sangrou e segurei-me para não chorar junto). E depois, isso ficou enterrado no nosso passado, hoje Matheus é só saúde e sapequice!!
Não gosto muito de ver suas fotos de 1mes/2 meses, pois me traz lembranças tristes, de agonias e aflições. Mas olhando essa foto do post, conclui que Matheus tão pequeno, e sorrindo com a roupa do hospital, transmitindo a mim que tudo iria se resolver, que venceriamos juntos, que nos adaptaríamos, que mesmo nas maiores dificuldades, não podemos deixar de sorrir e agradecer a Deus por tudo. Meu bebê, tão pequeno, e  sorrindo mesmo nos momentos dificeis. 
Ah, lembrei que ficamos internados na mesma ala do nascimento do Matheus, e fiquei muito feliz quando as enfermeiras lembraram dele e prontamente foram lá visitá-lo. Foi uma graça ouvi-las: Nossa, soubemos que Matheus estava aqui e não poderiamos deixar de vê-lo, ele ficou conhecido como o bebê da formiga, quando um RN chora muito, lembramos logo dele e tiramos logo a roupinha para tirar a hipotese de formiga.
Uma graça não?Matheus tao pequeno e já deixava sua historia por onde passava.




quinta-feira, 28 de março de 2013

A crise dos 30, não obrigada!!!

Hoje completo 28 anos, ja me vi várias vezes essa semana, pensando sobre minha vida, minhas conquistas, realizações.... Pesquisando na net, achei alguns textos sobre a crise dos trinta, me identifiquei com muitas situações, o medo de não " ter tempo" mais pra errar, ainda não tenho minha independência financeira, não estou realizada profissionalmente, e ja me senti em crise ( rsrs).
 Então hoje, as 6:30 o despertador do marido toca, pela primeira vez ele levantou antes do celular tocar pela segunda vez, veste roupa, e sai, minutos depois volta, e começa o mexe mexe na cozinha,logo as meninas acordam, vão pra cozinha atrás do pai, e de repente chegam os três, Julinha trazendo uma bandeija,( que caiu no meio do caminho rsrs), marido com a Laurinha no colo, torta que fiz ontem pra ele, café que ele fez na cafeteira, e adoçou bem, porque sabe que não gosto de café forte ( e nem café de cafeteria), tinha florzinhas colhidas na rua, até folhinha de chá rsrs...

Novamente me pego pensando sobre a tal " Crise dos 30" e descobrir que não estou nem perto de ter essa crise, afinal, meu sonho sempre foi casar, ter uma família, ter uma filha, meiga, doce, rosa, loira e de cabelos cacheados, e Deus dividiu esses desejos em duas princesas, cada uma com suas qualidades, as duas se completam e me completam. Não,ainda não estou realizada, profissionalmente, financeiramente, mas o que eu tenho pra hoje, é muito maior e melhor do que eu poderia querer... Obrigada Deus, por tudo. Obrigada meu amor, e minhas princesas por fazer de mim uma mulher realizada e feliz...

domingo, 17 de março de 2013

O PRIMEIRO ANIVERSÁRIO





O primeiro ano da minha filha foi mágico, emocionante e inesquecível.
Durante a festa meu marido e eu nos seguramos para não chorar, mas quando chegamos em casa e relembramos o momento do nascimento dela, as lágrimas rolaram por aqui.

De fato fiquei cansada, é um corre-corre para receber todo mundo, ajeitar a bebê,  mas  tudo valeu à pena! Eu juro que queria abrir os presentes só no dia seguinte, mas não pude conter a ansiedade, chegamos em  casa dei um banho nela e abri todos .
Isabeli ficou eufórica em meio a tantos brinquedos e roupinhas , tanto que foi dormir às 23h00.  Ela não queria sair da sala.

Relembrar cada momento vivido com minha bebê neste 1 ano de vida é a coisa mais preciosa e rica. E assim viveremos, com alegria, amor e paz.
Espero que ela considere-me sempre uma amiga e que juntas façamos coisas fabulosas.

sábado, 16 de março de 2013

E o saudosismo me pegou...

Às vésperas da minha pequena completar 1 aninho, estou mais saudosa do que nunca...
 
Com saudades da RN que tinha nos braços, daquele tamanhinho pequenino que era fácil e difícil ao mesmo tempo de pegar, da total dependência de mim, de amamentar, saudades e mais saudades...lágrimas descem...
 
Mas é fato que essa fase de agora é muito gostosa, ver minha filha sorrindo, dando gargalhadas, aprendendo coisas novas a cada dia, senão a cada hora!!!! Hoje a interação é muito legal e divertida...e sim, o amor só aumenta!!!
 
Mas esse saudosismo tem alguma explicação...é a noção de que o tempo voa, de que alguns momentos maravilhosos foram muito aproveitados, mas não serão vividos novamente!! Não voltarão!!!
 
Tive saudades da minha barriga quando minha Alice nasceu, e sei que vou ter saudades da minha Alice de 1...3...10 anos....porque o tempo passa pessoal!!!! Mas quero olhar para trás com uma saudade boa, lembrar de como APROVEITEI minha filha em todas as fases...
 
Portanto beijem muito, cheirem muito, peguem no colo, joguem no alto, brinquem, mordam esses pezinhos pequenos, CURTAM seus bebezinhos!!! Porque em breve eles não serão mais bebês...ou serão para sempre???

segunda-feira, 11 de março de 2013

E de repente...


Eu e meu marido adoramos planejar as coisas. Somos neuróticos por fazer as coisas certas nas horas certas. 
E a gravidez do meu filho não poderia ser diferente. Esperaríamos meu marido assumir o cargo que ele queria, faríamos a viagem dos nossos sonhos e então eu engravidaria, ou como sempre falei brincando "Eu vou voltar grávida desta viagem". 
Pois é, tudo aconteceu exatamente nessa mesma ordem, desse jeito. Inclusive descobri que estava gravida nessa viagem que fizemos. Mais planejado impossível. 
E entao tivemos o primeiro e como sempre falamos, dali dois anos eu engravidaria do segundo. 
Pois é, mas a vida nos surpreende e Deus vem mostrar pra gente que não planejamos nossas vidas sozinhos. 
Véspera de Natal de 2012, meu filho completando 8 meses, pela manhã tinha tomada a decisão de começar a estudar pra concurso e me inscrevi no cursinho e, as 4 horas da tarde me vi fazendo um teste de gravidez com dois risquinhos aparecendo. 
Diferente do primeiro em que as minhas pernas ficaram bambas e eu nao conseguia nem andar, sai do banheiro com o teste nas mãos e mostrei pro meu marido e chorando de tanto dar risada e sem entender absolutamente nada. Ele me olhou dando risada, também sem entender nada. Mas sim, tínhamos um bebe de 8 meses e um positivo já na barriga. 
Como isso aconteceu? Não conseguimos descobrir até agora... Mas também nao importa... 
Muitas pessoas dizem que teremos um filho não planejado. MENTIRA!!! Ele foi planejado SIM!!! 
E agora cada vez que vejo as fotos de irmaos com pouca diferença de idade juntos tenho certeza que coisa melhor não poderia ter acontecido.


domingo, 10 de março de 2013

Bebê chorão.



Matheus sempre foi um bebê chorão. Isso é um fato comprovado pela sociedade familiar daqui de casa. Sim, ele é chorão. Apesar da vovozinha materna achar um absurdo quando eu respondo a sua pergunta ao ouvir Matheus aos prantos do outro lado do telefone: "Minha filha, por que ele chora tanto?" e eu respondo quase que automaticamente: "Ele chora porque gosta, mãe." e ela fica pra não viver: "Nunca vi criança gostar de chorar minha filha!".
Se ele gosta ou não, nunca descobri, mas ele sempre foi. Desde que nasceu. Chorava no banho, no peito, na troca de fralda, de roupa, porque queria dormir, porque não queria dormir, porque viu a papinha e quer comer, porque viu a papinha, comeu e acabou, porque queria colo, porque não queria colo, pq queria chorar, e porque chorava porque não queria estar chorando. Imagina aí descobri porque céus seu bebê chora tanto???E o que mais me incomodava, por que é que ele se acomodava no colo de outras pessoas e eu, que sou sua mãe, ele nem não se consolava. Eu ficava muito angustiada da vida...
E eu sempre ficava colocando uma meta: não quando ele fizer a cirurgia de hérnia dele (1 mes) , ele vai deixar mais de chorar (a camarada incomodava e muito), fez a cirurgia e não deixou de chorar. Deve ser fome, toma-lhe peito, e chorava pois a barriga ficava tão grande que tinha cólicas.Não, quando ele completar 3 meses, passa as cólicas e ele deixar de chorar (passou 3 meses e nada). Ele deve chorar de fome, vamos dar um complemento (e começou o chororó por ver a mamadeira vazia). Não, quando ele começar a se deslocar do jeito dele, ele ficar com mais liberdade e chorará menos (agora ele vem até os meus pés e chora). Não quando...chora, quando for assim...chora...chora...chora...chora...
O fato é: Matheus nunca deixou de ser chorão. Como estamos sobrevivendo?Com paciência, e quando a paciência for embora, você se agarra com e chora também...rs.
Se você, cara mãe, tiver um bebezinho como o meu Matheus, não fique sem esperanças  já já você se acostuma com a personalidade difícil do seu bebê. E depois, estarás tão habituada ao chorinho dele que já vai saber porque é. Se é pq a comida acabou, por birra mesmo, pq levou um sustinho nas sapequices do dia, ou viu o armário lacrado para prevenção de bagunça: paciência bebê, aprenda a lidar com suas frustrações.  Mas se o tombinho foi feio, ou ta com soninho, fominha, ou doentinho, intensivão de colinho e de muito carinho, pois isso não estraga só faz bem e muito bem!
Claro que ele é um bebe que brinca, que ri, se diverte, apronta as suas...as vezes me deixa louquinha da vida com tanta energia...
Hoje ele chora não 12 horas por dia quando era RN, mas está muito birreto, mal humorado ...mas quem sabe quando nascerem os dentinhos passa?????será...????

Keylinha

sábado, 9 de março de 2013

APROVEITE O FIM DE SEMANA COM SUA FAMÍLIA!




Lá vamos nós para mais um final de semana com a nossa bebezinha!
Hoje de manhã, recebi a ligação que poderia ir buscar meu notebook  na assistência técnica lááááááá do Morumbi Shopping.Falei para meu marido que era melhor irmos pela manhã, a tarde tem chovido muito em SP e eu não estava afim de voltar à nado pra casa com a Isabeli pendurada no pescoço.

Saímos cedinho e vou te contar uma coisa, ô  lugar agradável e cheio de perdições que é shooping center, né não? Muitas lojas de roupinhas, sapatinhos, brinquedinhos, etc.
Mas enjoei. Isso mesmo! Eu EN JO EI de shopping!!! Desde que a Isabeli nasceu  os passeios que mais fiz foram em shoppings! A praticidade de passear e ao mesmo tempo ter o conforto do espaço família, para trocar e dar de comer ao bebê me agrada, mas eu odeio muvuca, esperar para estacionar, odeio filas, odeio gente esbarrando em mim.

Geralmente prefiro os passeios ao ar livre são mais saudáveis e mais alegres. Quando nos é possível, caminhamos com a bebê na praia, levamos na pracinha, no parquinho, e até nas áreas comuns do condomínio. Quando ela crescer mais um pouquinho, vamos pedalar juntas e fazer dezenas de picnics em família!

Mas no dia de hoje em que raiou o sol  por aqui fritando os paulistanos com 37 graus e sensação térmica de 41, dou mais valor ao ar condicionado do shopping!
Quando chegamos na garagem de casa, tirei a Isabeli que dormina na cadeirinha, e a coitadinha pingava suor, mesmo com o ar do carro ligado o tempo todo, ela estava como um pintinho molhado.

Dei suquinho e  um banho demorado e refrescante nela! Espero que amanhã esteja um clima mais agradável já que mamãe prometeu não ir  ao shopping. Se tudo correr como espero, nós vamos é nadar, nos refrescar, e dar muitas risadas com a bóia! A propósito, a piscina aqui do prédio há tempos  fica nos olhando e  nós não aproveitamos , ou porque o clima não está bom, ou porque Isa está resfriada. E é disso que Isabeli gosta!!!

sexta-feira, 1 de março de 2013

A Gestação: Início - Meio e Fim




A Gestação: Início - Meio e Fim



Foi em fevereiro de 2011 que decidi que já estava na hora de mudar a minha vida, criar um fato novo. Já estava com casa, trabalho, meu marido estava num emprego muito bom, que lhe garantia a segurança financeira que precisávamos para ter um filho, além de um ótimo plano de saúde (é claro). rs
Então, parei de tomar o meu anticoncepcional que já tomava a uns 15 anos e vamos as tentativas... A princípio, meu ciclo endoidou, o que era certo, 27 dias, acabou por virar 21, 15 e até 8! Estava quase maluca por não saber mais quando estaria realmente no período fértil... Resolvi então buscar na internet soluções para o problema, ou alguma ajuda sobre "como engravidar", confesso que achei uma loucura, pois o que mais acontecia ao meu redor eram "gravidez indesejada", então é impossivel que pra mim que desejava tanto, não acontecesse.
Nas minhas buscas pela internet encontrei um site, onde um grupo de mulheres conversavam e trocavam experiências sobre as suas tentativas de engravidar, e por incrível que pareça, muitas estavam tentando a meses e nada, achei aquilo muito louco, a princípio. No site, nos intitulávamos como "treinantes", achei aquilo o máximo. rs Foi então ali que comecei a me identificar com muitas meninas que até então, eram apenas mais algumas neuróticas que queriam tanto engravidar que se esqueciam de viver... rs Depois de março, já estava achando que eu tinha algum problema, por não ter conseguido, tanta gente me dizia que engravidou no primeiro mês, inclusive duas amigas que trabalhavam comigo e que estavam grávidas.
Foi então que em maio, no finalzinho, minha menstruação atrasou 2 dias, e como eu era reguladíssima, fui logo na farmácia e comprei um teste de gravidez e fui no banheiro da empresa, sozinha e fiz o teste. Quase morri de angústia por não dividir com ninguém aquele momento, mas queria que fosse assim... E lá estavam as duas marquinhas tão sonhadas. Não pensei duas vezes, bati uma foto com o celular e postei no site, avisando minhas amigas "treinantes" que havia chegado o meu positivo. Foi tanta emoção que eu não conseguia nem digitar e respondener as mensagens delas... No horário do almoço, corri para um laboratório para fazer o BETA e ver de quanto tempo estava... Lembro quando peguei o resultado do exame, estava 3 semanas, nem acreditava. Saindo do serviço fui na loja do time de futebol que eu e meu marido torciamos e comprei um tip top lindo para deixar junto com o exame positivo nas coisas do "papai". Cheguei em casa, arrumei tudo para que ele achasse, e assim que ele chegou em casa e viu foi logo falando: "sério?". E nem esperou nada, foi contando pra todo mundo, pegou o telefone espalhou a novidade. A essa altura quase todos os amigos e famíliares já sabiam. 
Mas, 2 dias depois, fui ao banheiro e vi um sangramento, me desesperei, liguei pro meu marido e fomos direto pro PS da maternidade, e lá fizeram o US que ainda não dava pra ver nada e o exame de toque. O médico me disse que ou era o sangramento da implantação do embrião ou um aborto espontâneo. E aquela palavra "aborto" não saia da minha cabeça. E não era pra menos... Na noite seguinte acordei com cólicas e fui ao banheiro e saiu muito sangue e "pedaços" grandes coagulados e foi então que tive certeza de que tinha  perdido o meu bebê. Chorei como se já o conhecesse... 
A dor de ter que contar a todos que havia perdido o bebê foi uma coisa que jamais senti na minha vida, e que não desejo pra ninguém ter que passar por isso. Mesmo sabendo que nem era um feto, eu já o sentia ali e ele foi tão esperado...
Tentando levar a vida em diante, continuei na minha rotina, fiquei 27 dias sangrando e não precisei fazer curetagem, por que o meu organismo eliminou tudo... Meu médico disse que poderia seguir a vida normalmente. No meu trabalho as coisas com meu chefe não andavam bem, e me estressava horrores com tudo aquilo, mas não me deixei abalar... No dia 18 de julho, exatamente 9 dias antes do meu aniversário de 30 anos, fui demitida, estava a 4 anos na empresa e não entendi nada. Foi um novo choque, não sabia o que fazer, parecia que o mundo estava desabando na minha cabeça. Chorei mais uma vez, por perder meus companheiros de trabalho, minhas amigas que também ficaram sem saber o que me falar... 
Na semana seguinte fiz tudo que tinha pra fazer a respeito da demissão e então, fui no sindicato dar entrada na minha rescisão. E lá, no banco do sindicato me deu um estalo, "estou atrasada de novo". Mas não acava possível ter engravidado aquele mês, passei 27 dias sangrando! Mesmo assim, perguntei pro moço do sindicato o que seria feito se eu estivesse grávida, dai ele me deu um cartão e disse pra ligar pra ele quando fizesse um exame.
Mas, desta vez eu esperei atrasar 7 dias, e fiz um teste de farmácia, e lá estavam as 2 marquinhas... Eu fiquei tão sem reação que achei que estava pirando, chamei meu marido pra ver e ele me disse: "tú tá grávida!" Não pensei duas vezes, marquei meu Ginecologista e fui correndo fazer o BETA, quando peguei o resultado, tive até medo de olhar... E lá estava, quase 5 semanas. Queria chorar, rir, gritar, tudo ao mesmo tempo. E parece coisa de Deus mesmo: "Há males que vem para o bem". Pra simplificar, a empresa não quis pagar a multa de demissão e me recontratou, só que eu escolhi onde e com quem iria trabalhar, e tudo começou a acontecer muito rápido.
Fiquei neurótica, claro, depois do aborto, qualquer coisinha que eu sentia ligava para o médico. No primeiro  ultrassom, quase tive um treco, queria escutar o coraçãozinho para que me desse certeza de que meu bebê estava ali. E foi o momento mais lindo...
Os meses foram passando e a minha neurose aumentando... rs Era tanta coisa pra pensar, tantos exames para constatar que estava tudo bem. E foi uma gravidez cheia de "sintomas": eu enjoei até o final, todos os dias, tive Hemorroidas no 6 mês em diante, tive Diabete Gestacional, muita enxaqueca, infecção urinária, anemia e com 7 meses levei um tombo de bunda na escada da minha empresa. Nem preciso dizer que liguei pro meu GO e fiz o médico me fazer um US de emergência pra saber se estava tudo bem. 
Com 8 meses entrei na licença maternidade, e Anielle nasceu 2 semanas depois, no dia 27/03/2012. Antecipou duas semanas do prazo, por que parece que a minha princesa sabia o que tinha por vir...
Nem preciso falar que no dia que ela nasceu eu fiquei dali em diante 48 horas acordada. Não queria perde-la de vista. rs 
Depois que voltei pra casa, parecia que era mentira, que ela estava alí, linda, perfeita e completamente dependente de mim. Na segunda semana depois do parto, tive febre de 40°, meu seios latejavam e eu tremia ao dar de mamar pra Anielle, nunca me senti tão ruim na minha vida... Parecia que eu ia morrer. Fomos ao médico e ele disse que era por causa do seio que estava muito cheio, mas quanto mais eu esvaziava, mas leite vinha... 
Nesse meio tempo entre ir para o hospital e cuidar da minha filha, fiquei sabendo que minha avó, a qual eu morava junto antes de me casar, estava internada no hospital, e o estado dela era grave. Foi um choque, ninguém queria me contar por causa do pós-parto e eu ali, sem saber de nada. No dia seguinte deixei a minha filha com dor no coração, para ver a minha vó no hospital, e a primeira coisa que ela me perguntou quando cheguei foi: "cade a menininha?"... Infelizmente, Anielle não tinha nem um mês e não pode entrar no hospital, e minha vozinha faleceu 1 dia depois.
Com poucos dias de vida, Anielle estava em um velório e eu, com 17 quilos a menos, com cara de zumbi e juntando todas as minhas forças, para continuar ali, firme pela minha filha que acabara de nascer.
O ano acabou, e tudo foi passando muito rápido. Decidi sair do meu emprego para ficar com a minha filha, e hoje, ela está a 26 dias de completar um ano, e parece que foi ontem que eu a peguei no colo pela primeira vez e tive certeza, de que a minha vida mudaria para sempre...